Brasileiros Lutando pela Alemanha na WW2!

Papos e avisos genéricos para a comunidade simuleira.
Post Reply
Hotsea

Brasileiros Lutando pela Alemanha na WW2!

Post by Hotsea »

Hitler teve centenas de soldados brasileiros em suas tropas
Professor da Universidade Federal do Paraná lança livro sobre os brasileiros com dupla cidadania que lutaram pela Alemanha na Segunda Guerra
Marina Lemle

Dennison de Oliveira, professor de História da UFPRÉ bem possível que brasileiros tenham lutado contra brasileiros na Segunda Guerra. No recém-lançado livro "Os soldados brasileiros de Hitler" (Editora Juruá), o historiador Dennison de Oliveira sugere, com base no número de repatriados da Alemanha para o Brasil entre 1946 e 1949, que algumas centenas de brasileiros lutaram sob a bandeira da Alemanha nazista. É provável, portanto, que alguns tenham enfrentado tropas da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Itália, embora não se conheçam registros oficiais.

Apesar do tabu acerca do tema, o professor da Universidade Federal do Paraná decidiu investigar a história desses indivíduos que prestaram serviço militar para o inimigo. A idéia surgiu a partir de um trabalho de Oliveira e seus alunos no Museu dos Expedicionários em Curitiba. Ao conhecerem a história de alemães que lutaram na guerra pela FEB, se questionaram se o contrário também teria ocorrido.

A resposta foi sim. Através do autor de um polêmico livro revisionista, Oliveira teve acesso a seis brasileiros que foram "soldados de Hitler". Entrevistou quatro integrantes do exército alemão e dois membros da Juventude Hitlerista, incumbida do resgate de feridos, desabrigados e corpos durante a guerra.

"Por razões óbvias, a experiência de vida desses indivíduos, suas memórias e vivências, ficaram até recentemente silenciadas. O tabu contra os indivíduos que prestaram serviço militar sob a bandeira do inimigo, bem como a revelação, ao fim da guerra, do real significado do projeto nazista (genocídio, escravismo, racismo, totalitarismo etc), trabalharam para que a aparição desse tipo de relato permanecesse praticamente impossível", explica o autor no início do livro.

Com a publicação, que resultou de uma pesquisa sobre cidadania e nacionalidade entre teuto-brasileiros no período 1919-2004, o professor espera incrementar a historiografia da segunda guerra do ponto de vista de quem a perdeu, contribuindo para o conhecimento sobre diferentes dimensões sociais e humanas do conflito.

"A validade do exame e preservação desse tipo de memória sempre foi amplamente reconhecida: os testemunhos daqueles que viveram, trabalharam e – neste caso – lutaram pelo III Reich pode nos fornecer pistas importantes para o entendimento de uma série de eventos que tornaram o nazismo e a Segunda Guerra Mundial possibilidades históricas", acrescenta.

Para atribuir à casa das centenas o número de soldados brasileiros que lutaram pela Alemanha, Oliveira baseou-se nos relatos do coronel do Exército Brasileiro Aurélio de Lyra Tavares, comandante do escritório da Missão Militar Brasileira aberto em Berlim em março de 1946.

De acordo com o coronel, antes mesmo de iniciados os trabalhos, a repartição já havia recebido um volume substancial de pedidos de brasileiros que pleiteavam repatriação para o Brasil. Quando o escritório abriu suas portas, havia filas permanentes em torno do prédio. Ao fim das atividades da Missão em dezembro de 1949, o coronel Tavares havia contabilizado o envio para o Brasil de 2.445 brasileiros e 2.752 estrangeiros, uma vez que o plano de repatriação incluía também os membros alemães das famílias.

Segundo o coronel Tavares, 83% dos pedidos referiam-se a brasileiros que haviam entrado na Alemanha entre 1938 e 1939 – período entre a anexação da Áustria e o início da guerra.

Oliveira explica que talvez jamais se saiba com exatidão quantos destes indivíduos eram do sexo masculino e se encontravam no grupo etário recrutável para o serviço militar pelo regime de Hitler. Mas, levando-se em conta que o ingresso na Juventude Hitlerista – organização que colaborava com o exército - era obrigatório a meninos e meninas a partir dos 14 anos, pode-se estimar em centenas o número de brasileiros que atuaram no regime nazista. Segundo Oliveira, eram em maioria filhos de famílias alemãs nascidos no Brasil, que retornaram à Alemanha para estudar ou trabalhar na década de 30, geralmente com suas famílias. Com a guerra, não puderam mais retornar ao Brasil e foram convocados pela sua também pátria.

Apesar de discordar da visão política dos entrevistados – a maioria é revisionista e até negacionista, isto é, nega que a Alemanha tenha começado a guerra e promovido o extermínio de milhões de pessoas em campos de concentração – Oliveira reconhece que desenvolveu uma relação de amizade com eles, tanto que dedicou-lhes o livro.

Questionado se seus entrevistados realmente acreditam no que dizem, Oliveira afirma que a negação dos fatos "é uma atitude política consciente". "Eles têm um orgulho patriótico da Alemanha", diz Oliveira, doutor em Ciências Sociais pela Unicamp.

De acordo com ele, os brasileiros engajados pelas forças alemãs sempre agiram e lutaram como os outros alemães. Mas o livro registra um caso único de um soldado que se recusou a lutar contra seus compatriotas brasileiros na Itália. Segundo Oliveira, o soldado apelidado pelos colegas de Der Amerikaner (o americano) tinha consciência de que podia se tornar responsável pela morte de antigos amigos recrutados pelo exército brasileiro e também sofrer represálias por ser um "traidor" do Brasil, caso fosse capturado.

Uma curiosidade é que, ao voltarem para o Brasil, a maior dificuldade foi a falta do certificado de cumprimento das suas obrigações militares para com as Forças Armadas brasileiras, pré-requisito para o exercício da maior parte dos direitos civis. Segundo Oliveira, eles contornavam o problema cumprindo penalidades leves, como o pagamento de uma multa, ou recorrendo a soluções informais.

O próximo livro de Oliveira falará sobre os soldados alemães de Getúlio Vargas

http://www.revistadehistoria.com.br/v2/ ... he&id=1479
02_Weissheimer
Marraio
Marraio
Posts: 1264
Joined: 21 Apr 2003 21:00
Location: Caxias do Sul RS
Contact:

Post by 02_Weissheimer »

OPA!
Excelente POST!!!

Certamente lerei esse livro com atenção!

e sabia você que tivemos pelo menos dois brasileiro na LUFTWAFFE!

procure por EGON ALBRECHT e WOLFGANG ORTMANN!!
<img src="users/avatar/aw6.php?id=28" border="0" /> <div>
provérbio brasileiro: Quem não conseguiu cuidar do seu dedo, jamais conseguirá cuidar de um país.
MaGOid

Post by MaGOid »

Tem um relato no Livro Senta a Pua que conta o encontro de um piloto da FAB com um guarda do campo de prisioneiros que era brasileiro de nascimento e falava português fluente.

Casos de extrangeiros engajados no lado alemão são muito frequêntes. Eu lembro que li em algum lugar que teve até escoceses ou irlandeses que se alistaram voluntariamente pra combater os ingleses (por causa da inclusão forçada da Escócia e da Irlanda do Norte no Reino Unido). Americanos, ingleses, até soviéticos de nascimento lutaram pelo III Reich. Isso se deve ao grande nº de imigrantes alemães do começo do século que retornavam a Alemanha de Hitler, e até mesmo extrtangeiros que por não concordar com o regime em vigor no seu pais de nascimeto, engajaram-se no lado alemão.

Isso é fato, e agora com a guerra distante, vale a pena estudar o assunto para se evitar no futuro erros do passado.
31_CrossBones
Veterano
Veterano
Posts: 7408
Joined: 22 Aug 2004 21:00
Location: Santos/SP
Contact:

Post by 31_CrossBones »

:skull:

S!

Bela contribuição, HotSea :ok

SP!
Os políticos são como as fraldas: devem ser trocados constantemente, e sempre pelo mesmo motivo.

Image
02_Weissheimer
Marraio
Marraio
Posts: 1264
Joined: 21 Apr 2003 21:00
Location: Caxias do Sul RS
Contact:

Post by 02_Weissheimer »

comprei o meu!

www.jurua.com.br
<img src="users/avatar/aw6.php?id=28" border="0" /> <div>
provérbio brasileiro: Quem não conseguiu cuidar do seu dedo, jamais conseguirá cuidar de um país.
Hades

Post by Hades »

:s:

Logo que o Brasil declarou guerra contra a Alemanha, meu avô foi um dos designados pelo Exército para fazer buscas e prender possíveis naiztas brasileiros à serviço do III Reich, ele foi para Itajaí, lá prenderam vários alemães e descendentes que utilizavam rádios para comunicações, conta meu pai que lembra de vários deles colocados em fileiras andando pelas ruas com os rádios sobre as cabeças.

Quem mora na região poderia ver isso, pois tem matérias sobre o fato arquivadas nos jornais da região.

Lembrando que em Itajaí fizeram um teatro, o primeiro com palco giratório da América Latina, que era para receber Hitler.

Fora em casa com meu pai e no antigo Ministério da Guerra no Rio de Janeiro, nunca ouvi uma vírgula sobre estes fatos da história brasileira.

Abraços
SP!
Nilton

Post by Nilton »

MaGOid wrote:Tem um relato no Livro Senta a Pua que conta o encontro de um piloto da FAB com um guarda do campo de prisioneiros que era brasileiro de nascimento e falava português fluente.

Casos de extrangeiros engajados no lado alemão são muito frequêntes. Eu lembro que li em algum lugar que teve até escoceses ou irlandeses que se alistaram voluntariamente pra combater os ingleses (por causa da inclusão forçada da Escócia e da Irlanda do Norte no Reino Unido). Americanos, ingleses, até soviéticos de nascimento lutaram pelo III Reich. Isso se deve ao grande nº de imigrantes alemães do começo do século que retornavam a Alemanha de Hitler, e até mesmo extrtangeiros que por não concordar com o regime em vigor no seu pais de nascimeto, engajaram-se no lado alemão.

Isso é fato, e agora com a guerra distante, vale a pena estudar o assunto para se evitar no futuro erros do passado.
No livro Memórias de Skorzeny, o capitão que resgatou Mussolini, da Biblioteca do Exército, o autor conta (e o russo Soljenitzen confirma no seu Arquipélago Gulag) como no fim da guerra havia unidades alemãs formadas por soldados russos defendendo cidades alemãs atacadas por unidades do exército vermelho formadas por soldados alemães...
Post Reply